Mas eu tenho uma mulher que me ama e um trabalho pelo qual sou apaixonado. Não se pode ter tudo na vida, ainda mais sem esforço.Mas continuaremos tentando, rs...
“O amor é, sem dúvida alguma, uma espécie de nobre seletividade na esfera do sexo.” (Thomas Mann, romancista alemão)
Após tantos meses e um sem número de aventuras e desventuras sexuais, fica difícil precisar as informações do jeito que eu gosto. Como antigo escritor de contos erótcos, gosto dos detalhes. Acho que eles acrescentam o toque sutil de fantasia na história, daquele tipo que faz o leitor matutar se o conto é real ou não.
Ainda assim, os detalhes mais sórdidos não foram apagados. O calor dos corpos, o desejo do proibido, a liberdade de escola. Cada pequeno toque ou sabor foi cuidadosamente registrado. Portanto, dá pra compartilhar alguma coisa.
A viagem foi planejada com um ou dois meses de antecedência. Com um casal que havíamos conhecido outros poucos meses antes. Desconfiança? Sempre bate, vivemos num mundo cão, mas a sinceridade das conversas ainda tem o seu valor. Ao menos pra mim, romântico incurável. Quando você pode conversar com qualquer membro do casal, e olhar nos olhos, e sentir que o outro sustenta o seu olhar com tranqüilidade, você pode confiar nele. E com os Vadios, dá pra dizer que foi amor à primeira vista. Mais sobre isso adiante.
Nos reunimos à véspera da partida lá em casa. Todos muito excitados, conversamos muito, antecipamos outro tanto, e dormimos muito pouco. Nossa partida para o paraíso se deu antes do raiar do dia. Contemplamos a aurora da estrada, maravilhados com o espetáculo do céu que se abria para nós numa promessa de luz e de sol. São aproximadamente duas horas de carro até Mangaratiba, onde deixamos o carro aos cuidados da D.Nelma, uma pousadinha que nos deixa tranquilos para desfrutar a ilha. O legal de lá em que tem um banheiro bacana e super limpinho para uso só do estacionamento. Ótimo para jogar uma água no rosto e fazer aquele xixi básico antes da longa jornada de volta.
E em pouco tempo lá estávamos nós, dois casais ainda se conhecendo nos detalhes, embarcados em meio a outros tantos desconhecidos, rumo a quatro dias de diversão, relaxamento e autoconhecimento. Como jovens, universitários, duros e desprovidos de certas necessidades de conforto, nosso barato na ilha foi acampar. No Camping do Sossego, com água encanada, banheiros limpos, chuveiro quente e cozinha completa – com geladeira e tudo. Bolas, o camping ao natural é proibido na Ilha, então vamos ao menos ter um pouco de conforto, não? No Sossego só é permitida a entrada de casais, mas não se empolgue, caro leitor, o ambiente não tem nada de suingueiro. Pelo contrário, o interior é vigiado por duas câmeras e pelos olhos de águia de Nem, a mulher estátua. Ainda assim dá pra aproveitar muito o camping, como os Vadios bem fizeram passeando nus ou transando na minha frente, de roupa, no dia da partida.
continua...