quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pasmado não tão cedo...

...ou A primeira vez a gente nunca esquece.

Nossa vida sexual é, no mínimo, incomum. Mesmo só a dois, é tão irregular quanto nossa rotina, e claro que isso gera consequências ainda mais irregulares na vida "paralela". Por muitas vezes é difícil manter um contato constante o suficiente com os amigos para promover encontros. Acaba que, do lado de cá, fazemos mais "escapadelas" que outra coisa.

Invariavelmente essas escapadelas envolvem aventuras, como sair com travestis de rua, encontrar desconhecidos de chat e transar na mesma noite, transar no carro a caminho de casa, na escada de incêndio do prédio, e por aí vai. A imaginação não tem limites, embora a coragem às vezes o tenha.

E ontem foi mais um desses dias. Fizemos uma pequena aposta ao chegar em casa: 40 minutos de chat p/ encontrar um rapaz até 35 anos, bissexual, morador da área da Tijuca ou da Z.Sul, disponível. Para estes casos, nada melhor que o Bate-Papo do UOL.
E antes que me chamem de bairrista, a escolha por Tijuca ou Z.Sul foi feita dada a interdição da Grajaú-Jacarépaguá.

Pois não fiquei (quem conhece sabe que a Sra.C-4 passa longe das carrepetas, limitando-se ao blog ocasionalmente) nem 5 minutos no chat. Logo que entramos um paulista, 29 anos, fez contato com a gente. Em pouco tempo estávamos no telefone e sentimos confiança suficiente para um encontro. Uma hora depois já estávamos batendo altos papos no Manuel e Juaquim. O bom quando rola um afinidade assim é que você não fala só de sexo, interage com a pessoa, e o tesão brota naturalmente.

Como a ideia ontem era apenas uma leve pegação, uns amassos e beijos, combinamos os três de ficar no carro mesmo, lá no Mirante do Pasmado, famoso por isso mesmo.

A coisa estava pegando fogo dentro do carro, todo mundo pegando em todo mundo, beijo a três e muitas chupadas, quando vemos aquela droga de luzinha azul colada no vidro, e uma solicitação dos documentos "dos três". Legal, fomos pegos!

Imediatamente o desespero assumiu, todo mundo correndo para botar o pau pra dentro da calça, ajeitar calcinha, botar camisa. Mas já havíamos sido flagrados, zero chances de inventar qualquer outra história. Notando o nervosismo do amigo, eu tomei a frente e fui conversar primeiro com os policiais.

Antes de narrar a conversa, acho legal pontuar aqui a nossa opinião sobre a PM do Rio de Janeiro. Nós acreditamos na PM. Sabemos que muitos filhos da puta, mas mesmo entre esses, há muitas pessoas de bem. O policial, aqui no Rio, está sempre entre extremos, sendo odiado por todos. Mas também são pessoas, tem suas necessidades, e isso os torna fracos em alguns aspectos. Mais em outra discussão.

O fato é que fui educadamente abordado. O policial foi cortês e gentil, afirmou não fazer nenhum tipo de julgamento e que não se importava quais fossem nossas opções sexuais, mas que ali, um local público, não era adequado para tais atos. Tudo dentro da norma da lei. E fiquei sinceramente contente por isso. Conversamos um pouco, e eles nos encaminhariam para a delegacia para os procedimentos legais - autuação e processo criminal por atentado ao pudor. Ninguém seria preso, claro, mas toda a situação seria deveras constrangedora - ainda mais com a Sra.C-4 vestida do jeito que estava - um tesão de safada.

Não vou detalhar tudo aqui, não é o espaço e envolve muitas questões pessoais e filosóficas. O fato é que, no final de alguma conversa, fomos liberados. Saímos correndo para tomar um chope em Botafogo para aliviar a tensão.

E mais uma aventura foi pra conta.

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